domingo, 20 de janeiro de 2008

A EXISTÊNCIA DE DEUS - 01

Os trecho que se vão ler pertencem ao Regresso ao Lar do jesuíta P.e Mariano Pinho. O livro foi publicado em 1944.
Para o meu presente objectivo parecem-me luminosos.


Deus existe. Por mais teorias, erros e perseguições que se inventem, ainda nada nem ninguém foi capaz de deitar por terra as grandes provas da existência de Deus. Elas aí estão à farta. Se nada há que não seja uma prova de que Deus existe…
Pediram um dia a Newton uma prova da existência de Deus; o sábio, apontando para o céu, disse: «vede!» e não acrescentou mais nada.
Na verdade, foi esta a primeira prova que o mesmo Deus quis dar de si, milhares de anos antes que na terra houvera quem contemplasse o firmamento. Eis aí a Sua primeira Escritura, «o livro imenso, o livro do Infinito» ao alcance de todos os olhos e de todas as compreensões. Por isso todos podem ler, sábios e ignorantes, letrados e analfabetos.
Livro que todos têm que ler mesmo os que, mau grado seu, se obstinam em fechar os olhos. Se mais provas de Si não quisera dar-nos Deus, esta bastava para condenar como indesculpáveis os que não conhecem o Criador. Prova retumbante e, ao mesmo tempo, cântico magnífico e de tais vozes que penetram retinindo nos corações mais duros e nas almas mais empedernidas.
Que lindamente o disse Lamartine: «as esferas celestes movem-se seguindo um ritmo divino; os astros cantam. E Deus não é só o grande Arqui­tecto, o grande Matemático, o grande Poeta dos mundos, é também o seu grande Compositor. A criação é um canto cuja cadência a marcou Ele e cuja melodia escuta» [1]. Mais divinamente o tinham dito os Salmos:
«Os céus cantam a gló­ria de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.
Um dia passa palavra a outro dia, e uma noite indica esta ciência a outra noite.
Não são termos ou discursos cujas vozes se não oiçam.
A toda a terra chegou o seu zunido e a todos os confins do orbe terráqueo as suas palavras...» [2].
Será esta a razão pela qual a maior parte dos astrónomos foram crentes, e muitos deles fervoro­samente piedosos?

[1] Cit. por Eugène Duplessy, Apologétique, tom. I, pág. 49.
[2] Ps., XVIII, l ss.

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